Resumo:
O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre posição social e o estado antropométrico em brasileiros adultos de ambos os sexos. O estudo transversal usou dados coletados entre 2008 e 2010 pelo Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), nas seis maiores capitais brasileiras. Um total de 15.105 funcionários públicos, ativos e aposentados, de ambos os sexos, entre 35 e 74 anos de idade. Duas variáveis latentes foram definidas pela análise de classes latentes: posição social e estado antropométrico. Os construtos e análises foram avaliados separadamente por sexo. As associações foram avaliadas com o uso de análise de regressão logística multivariada, ajustada para idade, cor/raça e estado civil. Em torno de 44% das mulheres e 26% dos homens foram classificados com sobrepeso ou obesidade. A posição social tendia a ser mais baixa nas mulheres (43,2%) e mais alta nos homens (40,4%). Houve uma proporção maior de mulheres com sobrepeso ou obesidade entre as pretas e pardas, e proporção maior de mulheres magras entre as brancas. Nas mulheres, após ajustes, o peso aumentava na medida em que a posição social diminuía (OR = 1,52; IC95%: 1,36-1,70), enquanto nos homens o peso diminuía junto com a diminuição da posição social (OR = 0,87; IC95%: 0,76-0,99). A posição social afetou de maneira diferente o estado antropométrico de mulheres e homens, com perfis corporais afetados também pela raça/cor da pele, indicando o potencial de levar em conta a perspectiva interseccional ao investigar os possíveis determinantes sociais do fenômeno.
Palavras-chave:
Sobrepeso; Análise de Classes Latentes; Países em Desenvolvimento