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MOZILLA EM P’URHÉPECHA: AGÊNCIA DE TRADUTORES EM UM PROJETO DE TRADUÇÃO DE SOFTWARE

Resumo

Em um esforço para preservar e incentivar o uso de línguas ameaçadas de extinção, a última década testemunhou o surgimento de projetos transnacionais financiados por empresas de desenvolvimento de tecnologia e software como Google e Mozilla Foundation. Lançado em 2012 pela Fundação Mozilla, o projeto ‘Native Mozilla’ visa criar um ambiente digital mais inclusivo, desenvolvendo navegadores e aplicativos da web que facilitarão o acesso e uso da Internet para populações indígenas latino-americanas. Um grupo de usuários da comunidade, tradutores, professores de idiomas, desenvolvedores, ativistas e outras organizações têm sido particularmente ativos na tradução do Firefox e Firefox Focus, navegadores da Mozilla para-PC e Android, em 50 idiomas indígenas da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Paraguai e El Salvador. P’urhépecha é a principal língua indígena do estado de Michoacán, no México. Falada por cerca de 120 000 falantes é considerada uma língua ameaçada. Este artigo centra-se no projeto de tradução do Firefox Focus para P’urhépecha que decorreu de novembro de 2014 a novembro de 2018, e que contou com a participação de professores de língua e cultura P’urhépecha, e alunos e ex-alunos da Licenciatura em Linguagem e Comunicação Intercultural. Além de descrever os méritos e deficiências do projeto, examinaremos a tradução e o processo de treinamento. Argumentaremos que a alfabetização limitada em P’urphépecha moldou o papel desempenhado pelas línguas de trabalho, influenciando assim suas escolhas e estratégias de tradução.

Palavras-chave
Tradução de Software; Formação em Tradução; Idiomas Ameaçados; Tradução de P’urhépecha

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