Ocratoxina A é um composto nefrotóxico, teratogênico e imunotóxico produzido por espécies de Aspergillus e Penicillium. Foi demonstrado ser carcinogênico para ratos e é possivelmente carcinogênico para humanos. Recentemente a toxina despertou atenção por ter sido encontrada em café e ter sido objeto de regulamentação por países importadores. O Brasil é o maior produtor de café no mundo e também seu maior consumidor. Para conduzir uma avaliação inicial da situação do café produzido no país e oferecido à sua população, cento e trinta e duas amostras de café verde brasileiro, provenientes de 5 Estados produtores (Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Espírito Santo, e Bahia) e destinadas ao mercado nacional, foram coletadas em pontos de comercialização nas cidades de Londrina e Santos, Brasil, e analisadas para ocratoxina A. A toxina foi isolada em colunas de imunoafinidade e quantificada em cromatógrafo líquido de alta eficiência com detector de fluorescência. O limite de detecção foi 0,7ng/g e o coeficiente de variação médio entre duplicatas foi 11%. Vinte e sete amostras estavam contaminadas com a toxina e a concentração média para as amostras contaminadas foi 7,1ng/g de ocratoxina A. Nem o número total de defeitos e nem o número de cada defeito específico encontrado na classificação das amostras de acordo com o sistema brasileiro de classificação (preto, meio-preto, ardido, verde-preto, verdes, brocados, coco) mostrou ter qualquer relação com a contaminação presente nas amostras.
Micotoxinas; ocratoxina A; café brasileiro