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Distinções, Mediações Excludentes e Desigualdades: a Governança da Saúde Reprodutiva de “Cadastradas Difíceis”* * Agradeço aos comentários recebidos a versões preliminares desse artigo, em especial, à Adriana de Resende Barreto Vianna (UFRJ), Clélia Francelina Pondja (Observatório do Cidadão para Saúde de Moçambique), Elisa Hipólito (USP), Eduardo Cesar Leão Marques (USP), Graziella Moraes Silva (IHEID), Lúcia Helena Guerra (UFPE), Márcia Regina de Lima Silva (USP), Maria Hermínia Tavares de Almeida (CEBRAP), Roberto Rocha Coelho Pires (IPEA), Valéria Ribeiro Corossacz (UNIMORE), Verônica Toste Daflon (UFF) e ao grupo de pós-doutorandas(os) do Cebrap. A pesquisa foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e desdobramentos posteriores pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (2019/13877-4).

Distinctions, Exclusionary Mediations, and Inequalities: The Reproductive Health Governance of “Difficult Patients”

Distinctions, Médiations Excludantes et Inégalités : la Gouvernance en Santé Reproductive des «Difficiles à Enregistrer».

Distinciones, Mediaciones Excluyentes y Desigualdades: la Gobernanza de la Salud Reproductiva de “Registradas Difíciles”

RESUMO

O artigo analisa a categorização de usuárias de unidades básicas de saúde como “cadastradas difíceis” e como essa distinção repercute em vivências para acessar os cuidados reprodutivos nessas burocracias. Evidencia-se que a semântica “difícil” produziu diferenciação social entre as usuárias a partir de estigmas reprodutivos e da elegibilidade aos serviços pela avaliação comportamental delas, majoritariamente, negras, pobres e dependentes dos serviços públicos. Identificam-se vivências discriminatórias delas nas burocracias quando a ideia de “difícil”, regras inapropriadas dos serviços e processos decisórios das equipes produziram mediações excludentes para que elas acessassem os cuidados reprodutivos. O artigo se baseia em uma etnografia de três unidades, no Rio de Janeiro, e em 57 entrevistas com profissionais de saúde realizadas entre 2015 e 2017. A análise é orientada por abordagens interseccionais das desigualdades, de estigmas reprodutivos e da governança de vulneráveis, contribuindo sobre como mediações excludentes transformam distinções em desigualdades.

desigualdades; estratégia saúde da família; mulheres negras; relações raciais; saúde reprodutiva

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