RESUMO
A partir da análise de matérias, editoriais e outras seções dos jornais O Estado de São Paulo e O Globo, durante o segundo governo de Getúlio Vargas e o primeiro governo Lula, este artigo explora as características da chamada “moralização da política”, adotada pela imprensa em ambos os períodos. Neste sentido, defende-se que a estratégia de submeter os assuntos públicos à distinção entre “honestos” e “corruptos” tinha o intuito de esvaziar o debate público, com ênfase em acusações de corrupção voltadas para os governos e na ocultação da apropriação histórica das classes dominantes. Assim sendo, a imprensa contribuiria para a naturalização da ordem social no país. Por sua vez, com essa postura editorial, ambos os jornais viriam a favorecer nestes períodos a construção de cenários de intensas crises políticas que permearam esses governos.
Lula; Vargas; imprensa; Brasil; política