RESUMO
Este artigo apresenta a utilidade da análise de redes para compreender os atores e as arenas da política externa brasileira, no período de 1930 a 1985. Para esse fim, utiliza uma base de dados inédita com 953 eventos que somam 3.731 participantes. O estudo argumenta que a política externa brasileira foi moldada por ampla gama de atores e instituições. De um lado, o Ministério das Relações Exteriores não teve o monopólio da arena. De outro, apesar de serem minoria, os diplomatas foram os atores centrais da rede. A análise apresenta ampla variação de engajamento institucional dependendo do período e do tema. Essa conclusão indica a dificuldade de conceber fórmulas gerais sobre as características da política externa brasileira. Argumenta-se que o entendimento da base relacional da política externa brasileira é útil para complementar o estudo de características intrínsecas de atores, instituições e arenas. Esse esforço empírico e teórico pode ser utilizado para examinar outras políticas públicas.
análise de política externa; política externa brasileira; redes; atores