Resumo
Este artigo trata dos resultados de um estudo etnográfico sobre as experiências de violência de gênero de migrantes aimarás bolivianas empregadas na agricultura ou no comércio agrícola na periferia dos territórios chilenos da Tríplice Fronteira Andina. Nosso objetivo é analisar as agressões sofridas pelas mulheres em seu ambiente familiar. Analisaremos as narrativas de 30 mulheres para descrever as agressões perpetradas pelas figuras masculinas de suas famílias de origem (pais, irmãos, padrastos), e também pelas suas mães. Observaremos como esses abusos se repetem nas relações que estas migrantes constroem com seus próprios parceiros e com seus filhos. Veremos que há uma diferença potencial da violência nos territórios chilenos e bolivianos da fronteira e que o reconhecimento dessa diferença motiva a mobilidade transfronteiriça feminina. O texto busca contribuir aos debates sobre a violência de gênero em contextos de fronteira.
Gênero; violência; mulheres aimarás; migração fronteiriça; Tríplice Fronteira Andina