RESUMO:
O objetivo deste artigo é retomar a discussão na literatura acerca da presença de construções resultativas no português brasileiro. Este trabalho defende a hipótese de que não existam equivalentes sintáticos - e, consequentemente, semânticos - às construções resultativas nessa língua. Para justificar essa proposta, será demonstrado que línguas com emoldurações diferentes (framing, cf.: Talmy 2000_____. 2000. Toward a cognitive semantics. Cambridge: The MIT Press., 2009_____. 2009. Main Verb Properties and Equipollent Framing. In: GUO; Jian-Sheng; LIEVEN, Elena; BUDWIG, Nancy; ERVIN-TRIPP, Susan; NAKAMURA, Keiko; ÖZÇALIŞKAN, Şeyda. (Eds.). Crosslinguistic Approaches to the Psychology of Language: Research in the Tradition of Dan Isaac Slobin. Mahwah: Lawrence Erlbaum Associates., 2012_____. 2012. Main verb properties. International Journal of Cognitive Linguistics 3: 1-24.) licenciam construções diferentes. Ademais, ao contrário das construções defendidas como resultativas no português brasileiro, construções resultativas genuínas correspondem somente a contextos em que o verbo denota modo/maneira, e o estado resultante da ação é expresso por um predicado secundário, parte de um domínio mono-oracional (vP).
Palavras-chave:
Construções resultativas; Predicados secundários; Gramática Gerativa; Português brasileiro