RESUMO
Neste artigo, discutimos o estatuto dos seguintes elementos morfológicos frequentemente usados na formação de novas palavras no português brasileiro: afixoides (bio-combustível, eco-sustentabilidade), splinters (choco-tone; sogra-drasta) e xenoconstituintes (cyber-café; e-professor). Ao longo do texto, observamos em que medida esses constituintes se comportam como radicais e em que aspectos equivalem a afixos. Pretendemos, com isso, justificar a proposta de continuum defendida por (Baker, 2000BAKER, Marker. 2000. On Derivational Asymmetries in Derivational Morphology. In: BENDJABALLAH, Sabrina; DRESSLER, Wolfgang U.; PFEIFFER, Oskar E. & VOEIKOVA, Maria D. (eds.). Morphology 2000: Selected Papers from the 9th Vienna Morphology Meeting. Amsterdam: John Benjamins. p. 21-104.) e (Ralli, 2007PRÉIÉ, Tvrtko. 2008. Suffixes vs. final combining forms in English: a lexicographic perspective. International Journal of Lexicography, 21.), ao mesmo tempo em que demonstramos que outras unidades morfológicas, além de radicais e afixos, devem fazer parte dessa escala.
Palavras-chave:
morfologia; composição; derivação; formação de palavras; continuum