RESUMO
Os dados do português brasileiro fornecem evidência para a proposta, que eu defendo no presente trabalho, de que existem relativas livres apositivas, contrariamente ao que propõe Emonds (1979Emonds, J. (1979). Appositive relatives have no properties. Linguistic Inquiry , 10(2), 211-243.), segundo quem não podem existir relativas livres com esse tipo de conteúdo e/ou comportamento sintático. Argumento aqui que há razões para crer que a sentença -wh evidenciada no título deste artigo seja na verdade uma relativa livre que carrega conteúdo apositivo, considerando questões como distribuição, matching, a natureza do termo “quem” assim como o conteúdo semântico. A sentença do tipo-quem, que ponho em análise neste artigo, difere de uma relativa apositiva comum (com antecedente expresso) por parecer estar justaposta ao nominal com o qual se conecta, sendo a ele equivalente, condição que conduz à impossibilidade de um processo de relativização nos termos do que propõe Kayne (1994Kayne, R. (1994). The antisymmetry of syntax. Massachusetts Institute of Technology Press.) para a derivação de tais sentenças.
Palavras-chave:
aposição; relativas livres; relativas livres apositivas; justaposição