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Impacto dos sintomas depressivos na evolução da doença de Alzheimer

Resumo

Não há consenso na literatura sobre o impacto dos sintomas depressivos na evolução da doença de Alzheimer (DA). Objetivo: Comparar a evolução de pacientes com DA, com e sem sintomas depressivos, quanto à cognição, à funcionalidade e estresse do cuidador. Métodos: O estudo incluiu duas etapas: a primeira retrospectiva, com revisão de prontuários de pacientes com DA leve e moderada, divididos conforme presença ou ausência de sintomas depressivos, definidas por anamnese e questões referentes a humor deprimido do CAMDEX (Cambridge Examination for Mental Disorders of the Elderly) e Interrogatório Neuro-psiquiátrico (INP). Foram avaliados 29 pacientes, 37,9% com (D+) e 62,1% sem depressão (D-). Os grupos foram comparados quanto a variáveis demográficas, clínicas e quanto ao desempenho cognitivo, funcionalidade, presença de apatia do paciente e estresse do cuidador, através de questionários e testes padronizados. Na segunda etapa, transversal, foram reaplicados os mesmos instrumentos após 2 a 4 anos de acompanhamento, comparando-se a evolução nos dois grupos. Resultados: Os grupos, homogêneos segundo variáveis demográficas, clínicas e tempo de evolução, não apresentaram diferença significante nos testes cognitivos e na avaliação funcional, no momento do diagnóstico, e ao longo da evolução. Quanto ao estresse do cuidador, foi maior no grupo D+ nos dois momentos (p<0,001). Conclusões: Não se constatou diferença na evolução de pacientes com DA com ou sem sintomas depressivos. No entanto, tais sintomas se relacionaram a maior sobrecarga emocional do cuidador, no momento do diagnóstico e na evolução.

Palavras-chave:
doença de Alzheimer; depressão; cognição; cuidador

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