Resumo
A maior dificuldade no diagnóstico de perda cognitiva na nossa população é sua heterogeneidade educacional, com um espectro que vai do analfabetismo, analfabetismo funcional até os escolarizados com diferentes graus de alfabetização mesmo com o mesmo grau de escolarização.
Objetivos:
Verificar se existe comprometimento no S-TOFHLA em indivíduos com DA Leve e CCL comparados a controle saudáveis, correlacionando o desempenho do S-TOFHLA à avaliação neuropsicológica e aos escores alcançados no teste Matrizes Progressivas Coloridas de Raven e nos subtestes vocabulário e cubos (WAIS-III) como medida de nível intelectual estimado.
Métodos:
59 sujeitos controles (n=23; idade 70.96±8.31 anos; escolaridade 10.2±5.87 anos; 6 homens), pacientes com CCL (n=11; idade 74.18±8.12 anos; escolaridade 7.55±4.32 anos; 5 homens) e pacientes com DA (n=25; idade 76.16±4.96; escolaridade 7.32±4.78;10 homens) foram submetidos a avaliação neuropsicológica, S-TOFHLA e avaliação funcional.
Resultados:
Em Cubos, Raven e QI Estimado foram encontradas diferenças estatísticas entre controle e pacientes com CCL; controles e pacientes com DA, mas não entre os grupos controle e CCL. O S-TOFHLA correlacionou fortemente com escolaridade e todos os testes neuropsicológicos, exceto Desenho do Relógio.
Conclusões:
O S-TOFHLA demonstrou ser uma medida útil em determinar o nível de alfabetismo em paciente com CCL, mas não em pacientes com DA. O S-TOFHLA apresentou maior foi mais relacionado com testes neuropsicológicos do que anos de escolaridade e parece ser um bom preditor do nível de alfabetismo. O subteste Vocabulário demonstrou ser um teste que não sofre com o processo da doença nos estágios iniciais não sofrendo alterações em pacientes com CCL e DA mostrando que memória semântica e inteligência cristalizada são preservadas.
Palavras-chave:
Comprometimento Cognitivo Leve; doença de Alzheimer; S-TOFHLA; alfabetismo funcional.