RESUMO
Durante o envelhecimento normal existem algumas mudanças cognitivas e comportamentais similares àquelas observadas no estágio transicional ou declínio cognitivo leve e demência precoce, desafiando os profissionais da saúde a fazer um diagnóstico preciso e confiável.
Objetivo:
O presente estudo investigou o desempenho cognitivo de dois diferentes grupos de pacientes com provável diagnóstico de doença de Alzheimer (DA).
Métodos:
Vinte e dois pacientes de Brasília-DF (DA1) e trinta e quatro pacientes de Palmas-TO, norte do Brasil (DA2), foram submetidos a uma bateria neuropsicológica reduzida para verificar a confiabilidade do diagnóstico prévio de DA, comparando-se ambos os grupos a um grupo de idosos sadios.
Resultados:
Pacientes com DA mostraram déficit cognitivo; no entanto, os escores foram mais baixos para o grupo DA2, considerando-se o ponto de corte. É importante destacar que os pacientes do grupo DA1 foram mais velhos (p=0,004) e com menor nível de educação formal (p<0,001) que o grupo DA2. Quando comparados os diferentes domínios cognitivos entre os grupos com DA, a análise post hoc indicou que o grupo DA1 caracterizou-se por déficits em recuperação de informação episódica (p<0,001), memória semântica (p<0,001) e fluência verbal (p<0,001). Em contraste, o grupo DA2 mostrou escores menores em atenção (p=0,007), funcionamento executivo (p<0,001) e memória operacional (p<0,001).
Conclusão:
Estes resultados sugerem que o grupo de pacientes de Palmas apresentou um perfil neuropsicológico não compatível com DA. Embora os resultados deste estudo tenham importantes implicações clínicas, o efeito da idade, educação e gênero no desempenho cognitivo devem ser mais explorados.
Palavras-chave:
demência; declínio cognitivo; doença de Alzheimer; avaliação neuropsicológica; diagnóstico.