RESUMO.
Julgamento é a capacidade de tomar decisões acertadas, após considerar informações relevantes disponíveis, soluções possíveis, resultados prováveis e fatores contextuais. A perda de julgamento é comum em pacientes com comprometimento cognitivo leve (CCL) e demência. O Teste de Julgamento Prático (TOP-J) avalia o julgamento prático em adultos e idosos, em versões de 15 e 9 itens, que exigem que os indivíduos ouçam cenários sobre problemas cotidianos e relatem suas soluções.
Objetivo:
Adaptação do TOP-J para amostra brasileira, elaboração de uma versão reduzida e verificação da acurácia de ambas.
Métodos:
Oitenta e cinco idosos, incluindo 26 com CCL, 20 com doença de Alzheimer (DA), 15 com variante comportamental de demência frontotemporal (DFTvc) e 24 controles, foram submetidos à avaliação neuropsicológica, incluindo a adaptação brasileira do TOP-J (TOP-J-Br).
Resultados:
Nas duas versões do TOP-J-Br, os controles superaram os CCL, DA e DFTvc (p<0,001) e o grupo CCL superou os grupos DA e DFTvc (p<0,001). Para o grupo TOP-J/15-Br, o melhor ponto de corte para diferenciação entre controles e pacientes apresentou sensibilidade de 91,7, especificidade de 59,0 e área sob a curva de 0,8. Para o TOP-J/9-Br, o melhor ponto de corte para diferenciação entre controles e pacientes teve sensibilidade de 79,9, especificidade de 72,1 e área sob a curva de 0,82.
Conclusão:
O TOP-J/15-Br, e particularmente o TOP-J/9-Br, mostraram propriedades psicométricas robustas e o potencial de utilidade clínica em idosos brasileiros em vários estágios de declínio cognitivo neurodegenerativo.
Palavras-chave:
julgamento; disfunção cognitiva; doença de Alzheimer; demência frontotemporal; testes neuropsicológicos