Resumo
O diagnóstico diferencial entre demência frontotemporal (DFT) e doença de Alzheimer (DA) pode ser difícil em alguns casos.
Objetivos:
Verificar a acurácia de testes neuropsicológicos e de escala de transtornos comportamentais no diagnóstico diferencial entre DFT e DA.
Métodos:
Foram analisados dados retrospectivos de 12 pacientes com o diagnóstico de DFT e de 12 pacientes com DA provável. Os escores dos testes neuropsicológicos (MEEM, extensão de dígitos em ordem inversa, memória tardia de figuras e fluência semântica de animais) e do Inventário Neuropsiquiátrico (INP) dos dois grupos foram comparados.
Resultados:
Os dois grupos apresentaram pontuação similar nos testes neuropsicológicos. Todos os pacientes com DFT e 50% dos pacientes com DA apresentavam alterações neuropsiquiátricas. O escore do INP foi 58,0±19,3 em pacientes com DFT e 3,6±4,7 em pacientes com DA provável (p<0.01). Com o escore de corte de 13 no NPI, a sensibilidade e a especificidade foram de 100%, nesta amostra. Os quatro sintomas neuropsiquiátricos mais comuns em pacientes com DFT foram: apatia, comportamento motor aberrante, desinibição e alteração do comportamento alimentar. Apatia e depressão foram os sintomas comportamentais mais frequentes em pacientes com DA.
Conclusões:
Neste estudo, mostramos que o INP é um instrumento útil no diagnóstico diferencial entre DFT e DA enquanto que testes neuropsicológicos geralmente utilizados em consultório não distinguiram os dois grupos.
Palavras-chave:
demência frontotemporal; doença de Alzheimer; transtornos neuropsiquiátricos; diagnóstico diferencial.