RESUMO.
Lembrar materiais recentemente estudados (i.e., prática da recuperação) é melhor para a aprendizagem do que reestudar esses materiais.
Objetivo:
Investigar se a prática da recuperação beneficia a aprendizagem de indivíduos com síndrome de Down.
Métodos:
Dezoito indivíduos com síndrome de Down (idade média=21,61, DP=5,93) leram um texto enciclopédico com várias palavras-alvo. Depois de o texto ser lido duas vezes, metade das palavras-alvo (prática de recuperação) foi relembrada, e metade foi relida (reestudo). Após 48 horas, os participantes responderam a um teste de múltipla escolha incluindo todas as palavras-alvo. A inteligência dos participantes foi avaliada pelos subtestes Raciocínio matricial e Vocabulário do WASI.
Resultados:
O benefício da prática de recuperação para o aprendizado foi melhor quando comparado ao reestudo, embora essa diferença não tenha alcançado significância estatística. A inspeção de dados individuais sugeriu que o benefício da prática de recuperação foi melhor que o benefício do reestudo para a maioria dos participantes, independentemente do vocabulário ou capacidade de raciocínio.
Conclusão:
Embora mais pesquisas sejam necessárias para recomendar o uso dessa estratégia de aprendizado para essa população, os dados sugerem que a prática de recuperação pode ser uma ferramenta de ensino útil, para pelo menos parte dessa população.
Palavras-chave:
síndrome de Down; prática de recuperação; efeito de teste; aprendizagem