Resumo
Sintomas comportamentais são freqüentemente observados nos pacientes com doença de Alzheimer e estão associados a maior desgaste para pacientes e cuidadores, institucionalização precoce, pior prognóstico e mais cuidado.
Objetivos:
O objetivo do presente estudo foi avaliar freqüência de sintomas neuropsiquiátricos em uma amostra de pacientes com doença de Alzheimer e analisar a associação entre características demográficas do cuidador e sintomas do paciente.
Métodos:
Um total de 60 pacientes com doença de Alzheimer (NINCDS-ADRDA) e seus cuidadores foram consecutivamente incluídos na investigação provenientes do Ambulatório de Demência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O Inventário Neuropsiquiátrico (INP) foi aplicado para avaliar sintomas comportamentais e seu impacto sobre os cuidadores. Idade, sexo, educação, parentesco com o paciente e tempo como cuidador foram obtidos dos cuidadores.
Resultados:
Apatia foi o sintoma responsável pelo maior nível de desgaste, seguido por agitação e agressão. Uma correlação significativa entre escore total do INP e desgaste foi observada. Nenhuma das variáveis demográficas do cuidador mostrou associação com desgaste. Os sintomas mais freqüentes foram apatia e comportamento motor aberrante. Os familiares do pacientes também consideraram apatia como sintoma mais grave seguido por depressão e agitação.
Conclusões:
Apatia foi o sintoma neuropsiquiátrico mais freqüente e grave. Nenhuma relação entre as variáveis demográficas do cuidador e desgaste foi observada.
Palavras-chave:
sintomas neuropsiquiátricos; doença de Alzheimer; desgaste; cuidador; Brasil.