RESUMO
Os chamados ampliadores cognitivos têm sido ampla e crescentemente utilizados por indivíduos saudáveis, que apesar de não apresentarem nenhum tipo de patologia, buscam por melhoras no desempenho cognitivo. Um fármaco utilizado para este fim é o metilfenidato, droga de primeira escolha para tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Objetivo:
O presente estudo teve como objetivo verificar o efeito da administração aguda de diferentes doses de metilfenidato (10, 20 e 40 mg e placebo) sobre uma ampla gama de funções cognitivas em jovens saudáveis.
Métodos:
Participaram do estudo 36 jovens universitários ou graduados, tendo sido realizados testes de atenção, memória operacional, episódica.
Resultados:
Não foram observadas diferenças no desempenho dos sujeitos em nenhum dos testes. Houve efeito na auto-avaliação de bem estar, sendo este efeito dose dependente (40 mg > placebo).
Conclusão:
De acordo com a literatura recente, medicações psicoestimulantes, como o metilfenidato, produzem melhoras no desempenho quando os processos cognitivos estão abaixo de um nível ótimo, o que não era o caso dos sujeitos do presente estudo. Sugerimos que a impressão de que o metilfenidato melhora o desempenho cognitivo em pessoas jovens e saudáveis se deve ao seu efeito subjetivo de bem-estar.
Palavras-chave:
estimulantes do sistema nervoso central; ética; nootrópicos; substâncias para melhoria do desempenho; cognição