Resumo
Cuidar de idosos com demência, especialmente se eles apresentam transtornos de comportamento, pode ser extremantente exaustivo para os familiares e cuidadores. Geralmente, ocorrem mudanças no estilo de vida da família, e o cuidador precisa lidar com grande diversidade de problemas. Informações sobre este tema na América Latina, incluindo o Brasil, ainda permanece escasso.
Objetivo:
Investigar a relação entre a presença de sintomas neuropsiquiátricos e o nível de sobrecarga do cuidador em um grupo de idosos brasileiros com demência.
Métodos:
As versões brasileiras do Inventário de Sobrecarga de Zarit (ISZ) e do Inventário Neuropsiquiátrico (INP) foram administrados a um total de 83 cuidadores-familiares de pacientes com demência acompanhados em um ambulatório universitário. A correlação de Pearson foi calculada para medir o nível de associação entre os escores em ambos os instrumentos.
Resultados:
Entre os cuidadores, 83,1% eram mulheres, com idade média de 55,6±12,8 anos. Os escores do ISZ variaram entre 3 a 79 (média=31,4). Os escores do INP dos pacientes alcaçaram escores entre 0 a 102 (média=26,9), compatível com elevado grau de manifestações comportamentais na maioria dos pacientes. Uma correlação positiva significativa foi encontrada entre os escores obtidos no ISZ e o INP (r=0,402; p=0,000).
Conclusão:
A presença e a gravidade das manifestações comportamentais avaliadas pelo INP estão associadas ao alto nível de sobrecarga do cuidador nesta amostra de idosos brasileiros com demência.
Palavras-chave:
demência; sintomas neuropsiquiátricos; sobrecarga do cuidador.