RESUMO
Dificuldades de linguagem e comunicação podem ocorrer na população idosa. Esse é o caso do fenômeno da ponta da língua e também dificuldades de recepção e compreensão auditiva. Poucos estudos se dedicam a examinar efeitos da exposição social na manutenção da comunicação, no processo do envelhecimento.
Objetivos:
[1] Descrever o mapa de comunicação de idosos saudáveis; [2] Buscar associações entre frequência e tempo destinados à comunicação e fatores cognitivos e sociodemográficos.
Métodos:
Foram examinados idosos saudáveis que realizaram rastreio cognitivo, Token Test-Revisado, Fluência verbal e responderam aos questionários ASHA-FAcs e Círculos de Interlocutores de Comunicação.
Resultados:
55 sujeitos, 67% do gênero feminino, idade acima de 60 anos e escolaridades variadas compuseram a amostra. No mapa de comunicação predominaram interlocutores no círculo de amigos próximos e conhecidos embora o tempo dedicado à comunicação com esses interlocutores seja menor do que nos outros círculos. Na média geral os idosos não relataram déficits de compreensão de linguagem e houve relatos de dificuldades do tipo fenômeno de ponta de língua. Baixos desempenhos no TT-R e na fluência verbal fonêmica ao lado do relato de funcionalidade na comunicação indica que esses sujeitos compensam seus problemas.
Conclusão:
O número de horas de interlocução e de interlocutores não está associado à idade e escolaridade, exceto para indivíduos com maior idade e menor escolaridade os quais tendem a privilegiar a interlocução em seu círculo familiar. O tempo dedicado ao círculo de comunicação com amigos pode sinalizar dificuldades de natureza cognitiva.
Palavras-chave:
suporte social; comunicação; linguagem; idosos.