RESUMO.
Parentes e cuidadores de idosos recebem pouca informação e têm pouco conhecimento sobre demência.
Objetivo:
O presente estudo teve como objetivo identificar crenças sobre déficit cognitivo e envelhecimento nas pessoas que estão em contato com idosos com e sem comprometimento cognitivo, estimando que ser familiar próximo influencia ou modifica essas crenças.
Métodos:
Setenta e oito (78) participantes foram classificados em dois grupos. Grupo 1: parentes de idosos com comprometimento cognitivo ou demência em acompanhamento em um ambulatório de neurologia do comportamento (n1=48); grupo 2: parentes de idosos sem déficit cognitivo objetivo em acompanhamento em diferentes consultas dos ambulatórios de geriatria (n2=30). Os participantes responderam a um questionário com perguntas de escolha simples e verdadeiro/falso sobre causas e fatores de risco para demência.
Resultados:
A maioria dos participantes foi do sexo feminino, principalmente filhos e cônjuges. Não houve diferenças significativas para idade, escolaridade ou tempo de acompanhamento. Os participantes reconheceram a doença de Alzheimer como a causa principal de déficits de memória em idosos (grupo 1=34 versus grupo 2=15). Quando questionadas as principais fontes para se informar sobre déficits cognitivos, as três respostas mais comuns foram Doutores e profissionais de saúde, Internet e Revistas/Livros. Nas questões sobre causas e fatores de risco para demência, o grupo 1 teve mais respostas corretas, porém sem diferenças estatísticas.
Conclusões:
O grau de conhecimento das pessoas que estão em contato com essa síndrome ainda é baixo. Cuidar de alguém com demência muda as crenças sobre memória e envelhecimento, mas apenas em uma pequena proporção. Estratégias educativas para lidar com a desinformação são necessárias para ajudar no controle de fatores de risco e reduzir a incidência da demência.
Palavras-chave:
conhecimento; comprometimento cognitivo; cuidadores; familiares