RESUMO
O compositor francês Maurice Ravel, no ápice de sua carreira, mostrou sinais de uma desordem progressiva que afetou sua capacidade de funcionar com linguagem verbal e musical, como notado pelo neurologista Théophile Alajouanine. O agravamento de sua condição levou a uma craniotomia, efetuada em 1937, que deixou de revelar a causa de sua doença, tendo ele falecido pouco depois. A ausência de evidência neuropatológica pós-morte impediu o diagnóstico definitivo da doença, que permaneceu enigmático. Especulações sobre o diagnóstico preciso da doença neurológica de Ravel foram baseadas sobretudo nas observações de Alajouanine, que compreendiam afasia e amusia, predominantemente expressiva, e também apraxia, enquanto o julgamento, gosto e memória musicais permaneceram relativamente intactos, implicando diferentes substratos neuroanatômicos. A possibilidade de uma subforma do complexo da degenearação lobar frontotemporal foi a sugestão diagnóstica de muitos autores. A sua morte prematura privou o mundo desse notável músico e da música que permaneceu presa em sua mente.
Palavras-chave:
Maurice Ravel; Afasia; Apraxia; Transtornos da Percepção Auditiva