Resumo
As funções cognitivas, dentre elas a linguagem, sofrem a interferência da escolaridade. A hipótese deste estudo é que mesmo o uso de parametros obtidos em populações de 5 a 8 anos de escolaridade pode levar a falsos-positivos em populações com escolaridade de 2 a 4 anos de estudo.
Objetivo:
Verificar a influência da baixa escolaridade nas tarefas linguísticas da bateria MTL-Br e obter dados que possam ser utilizados como parâmetros clínicos nas avaliações de indivíduos cérebro-lesados de baixa grau de escolaridade.
Métodos:
Trata-se de um estudo prospectivo, em que foram avaliados 30 indivíduos normais de baixa escolaridade, de dois a quatro anos de estudo, com idade entre 19 e 60 anos, de ambos os sexos. Os indivíduos foram submetidos ao Mini-Exame do Estado Mental e Teste do Desenho do Relógio para fins de rastreio cognitivo.
Resultados:
Todos os indivíduos que obtiveram escores compatíveis com os parâmetros de normalidade nestes dois testes foram submetidos à bateria MTL-Br. A avaliação seguiu estritamente as normas publicadas no instrumento original e o registro foi realizado nas folhas da própria bateria.
Conclusão:
No presente estudo evidenciamos a influência da escolaridade em tarefas linguísticas. Além disso, foi possível obter dados que poderão ser utilizados como parâmetros clínicos nas avaliações de indivíduos cérebro-lesados de baixa escolaridade.
Palavras-chave:
linguagem; testes neuropsicológicos; distúrbios de linguagem; escolaridade