RESUMO.
O transtorno de pânico é uma condição de ansiedade caracterizada por ataques de pânico recorrentes e inesperados. A comparação entre tratamento ativo e placebo é essencial para analisar a eficácia e a segurança de uma intervenção. É importante identificar os estudos com maiores evidências para auxiliar os profissionais de saúde e gestores de políticas públicas nas decisões clínicas.
Objetivo:
Identificar e sumarizar todas as revisões sistemáticas (RS) publicadas na Cochrane que relatam a eficácia e a segurança de qualquer tratamento medicamentoso comparado ao placebo para pacientes com transtorno de pânico.
Métodos:
Foram selecionadas e analisadas todas as RS publicadas na base de dados Cochrane, sem restrição de data. A qualidade metodológica das RS foi avaliada utilizando a ferramenta AMSTAR-2.
Resultados:
Foram incluídas três RS Cochrane com alta qualidade metodológica que avaliaram os efeitos de antidepressivos, benzodiazepínicos e azapironas para transtorno de pânico. Todos os medicamentos mostraram benefícios na resposta ao tratamento, melhora dos sintomas e redução das crises de pânico. O número de desistências do tratamento foi baixo com antidepressivos tricíclicos e benzodiazepínicos e alto com azapironas. A ocorrência de eventos adversos foi elevada para os grupos das medicações analisadas
Conclusões:
Evidências de certeza muito baixa a moderada (pela Classificação de Recomendações, Avaliação, Desenvolvimento e Análises - GRADE) mostraram que antidepressivos e benzodiazepínicos parecem melhorar os sintomas clínicos em indivíduos com transtorno de pânico em menor prazo, em comparação ao placebo. Além disso, o uso de azapironas parece ter maior adesão por parte dos pacientes do que o placebo. No entanto, não há evidências suficientes para comprovar sua eficácia clínica.
Palavras-chave:
Transtorno de Pânico; Tratamento Farmacológico; Revisão Sistemática; Medicina Baseada em Evidências