Resumo
Entre as falhas lingüísticas, o reconto de histórias e os problemas lexicais ocorrem desde o início da DA. Estudos recentes têm discutido se as falhas lexicais nos pacientes com DA incluem a nomeação de ações.
Objetivos:
Os objetivos deste estudo foram verificar as dificuldades de nomeação e reformulação de ações em pacientes com DA e sua relação com o reconto de histórias. As principais questões que nortearam esse estudo foram: As duas habilidades lingüísticas estão prejudicadas no início da DA? Há alguma correlação entre a capacidade de nomeação de ações e de reconto de histórias?
Métodos:
Foram avaliados 28 idosos: 17 com DAs prováveis e 11 sem demência, com escolaridade ³4 anos. A compreensão de leitura textual foi avaliada através de quatro histórias com estrutura textual descritiva e narrativa. A nomeação foi verificada por 17 ações em vídeo, tendo primeira e segunda emissão para cada participante.
Resultados:
Os resultados mostraram que o reconto de histórias é uma tarefa que discrimina pacientes com DA de idosos normais; já as tarefas de nomeação e de reformulação de ações não apresentaram diferenças significativas entre os pacientes e seus controles. Foi encontrada uma correlação positiva entre as dificuldades de reconto de histórias e a reformulação da nomeação de ações.
Conclusões:
Esses resultados confirmam achados anteriores que mostram a preservação da nomeação de ações em pacientes com DA, nas ações familiares e que o reconto de histórias curtas é um instrumento que discrimina pacientes com DA de idosos normais. Também sugerem que as dificuldades de reconto estão relacionadas a falhas de reformulação de informações, talvez oriundas de mecanismos de memória de trabalho diminuída.
Palavras-chave:
Alzheimer; compreensão textual; produção lexical; memória; linguagem