RESUMO
O envelhecimento cognitivo é dinâmico e heterogêneo, ressaltando a importância de ferramentas adequadas para avaliação da função cognitiva na população idosa brasileira.
Objetivo:
Descrever os dados estratificados em idade e escolaridade do desempenho de idosos em diferentes testes cognitivos baseados em papel.
Métodos:
Estudo transversal com 667 idosos da comunidade. Informações demográficas foram coletadas. A cognição global foi mensurada pelo Exame Cognitivo de Addenbrooke - Revisado (ACE-R), Mini Exame Cognitivo de Addenbrooke (M-ACE) e pelo Mini Exame do Estado Mental (MEEM). Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva, teste T e pelo Coeficiente de Correlação de Person.
Resultados:
A maioria dos idosos era mulher (53,8%), as médias foram 71,3 (±7,7) anos para idade e 3,6 (±3,5) anos para escolaridade. O melhor desempenho cognitivo global e nos domínios foram nos idosos com maior nível educacional. Cada ano de escolaridade esteve associado com o melhor desempenho em até 10% nos escores de M-ACE e MEEM e até 11% nos escores de ACE-R. Os valores das médias dos escores variaram entre faixas etárias, sendo que o grupo 60-69 anos apresentou melhor desempenho. A matriz de correlação entre os testes cognitivos mostrou que as correlações próximas à perfeição (r=1) aconteceram frequentemente no subgrupo mais escolarizado.
Conclusão:
Idosos mais jovens e com maior escolaridade apresentaram melhores escores cognitivos. Esse estudo oferece uma descrição dos dados dos testes cognitivos considerando faixa etária e escolaridade. Na prática, é consistente que a escolha dos testes para o rastreio cognitivo considere as características da população idosa.
Palavras-chave:
idosos; avaliação cognitiva; escolaridade; atenção primária à saúde