RESUMO.
O declínio cognitivo subjetivo (DCS) é definido como autopercepção de declínio cognitivo, mas com desempenho normal nas avaliações neuropsicológicas.
Objetivo:
O objetivo foi verificar a evolução dos pacientes diagnosticados com DCS em relação ao grupo cognitiva mente normal (CN), sem qualquer queixa.
Métodos:
Trata-se de um estudo de seguimento baseado na análise de dados do estudo epidemiológico de Tremembé, Brasil. Os 211 indivíduos classificados como CN e os 174 diagnosticados como DCS na fase inicial do estudo foram convidados a participar.
Resultados:
Após o tempo médio de seguimento de cinco anos, 108 participantes da DCS (62,0%) foram reavaliados. Deles, 58 (53,7%) mantiveram o diagnóstico de DCS, enquanto 14 (12,9%) evoluíram para comprometimento cognitivo leve (CCL) e cinco (4,6%) para demência. No grupo CN, 107 (50,7%) foram reavaliados, dos quais 51 (47,7%) ainda foram classificados como CN, seis (5,6%) evoluíram para CCL e nove (8,4%) para demência. A presença de declínio cognitivo teve associação significativa com o aumento da idade e com sintomas de depressão. Considerando-se o número total de participantes da fase inicial do estudo de cada grupo: o grupo DCS apresentou maior percentual de CCL (p=0,022) e não houve diferença na progressão para demência (p=0,468) entre ambos os grupos após a avaliação de seguimento.
Conclusão:
A maioria dos participantes DCS da fase inicial do estudo manteve sua queixa cognitiva no seguimento, e esse grupo progrediu mais para CCL. Não foi encontrada diferença na progressão para demência, apesar da maior incidência de demência no grupo CN.
Palavras-chave:
Incidência; Demência; Epidemiologia; Disfunção Cognitiva