RESUMO
A definição de envelhecimento bem sucedido e a identificação dos seus preditores têm sido extensamente revisadas, entretanto o papel desta condição na mortalidade tem sido menos estudado.
Objetivo:
Avaliar o efeito do status de envelhecimento (normal ou bem sucedido) sobre a mortalidade em uma coorte de base populacional do Sul do Brasil, ajustado para variáveis sociodemográficas e clínicas. Descrever a taxa de mortalidade e as causas de morte nessa população.
Métodos:
A amostra inicial foi composta de 345 idosos residentes na comunidade, independentes e saudáveis, que foram acompanhados por 12 anos. Variáveis sociodemográficas, funcionais, cognitivas e clínicas foram avaliadas no início e durante o seguimento. No início do estudo, 214 participantes preencheram os critérios para envelhecimento bem-sucedido, e 131 para envelhecimento normal. O desfecho foi mortalidade.
Resultados:
O modelo de regressão de Cox mostrou um aumento do risco de mortalidade para indivíduos com envelhecimento normal (RC=1,9; p=0,003), ajustado para idade (RC=1,1; p<0,001) e sexo (RC=1,9; p=0,002). A taxa de mortalidade foi significativamente menor entre os idosos com envelhecimento bem sucedido em comparação aos idosos com envelhecimento normal (p=0,001). A taxa de mortalidade geral foi de 41%. As principais causas de morte foram doenças cardiovasculares e câncer.
Conclusão:
O principal resultado deste estudo foi o risco de mortalidade aumentado nos indivíduos com envelhecimento normal em comparação com os indivíduos com envelhecimento bem sucedido, enfatizando o impacto da heterogeneidade do processo de envelhecimento saudável sobre a mortalidade.
Palavras-chave
taxa de mortalidade; causas de óbito; envelhecimento bem sucedido; Brasil