RESUMO.
Os transtornos adquiridos da comunicação mais prevalentes são as afasias, as disartrias e as apraxias de fala. Compreender os fatores associados ao tempo de atendimento em terapia da fala de adultos com estes transtornos contribuirá para o conhecimento do processo de reabilitação fonoaudiológica inserido no serviço público vinculado ao processo de ensino em saúde.
Objetivo:
Analisar os tipos de transtornos neurológicos adquiridos da comunicação, os dados demográficos e o tempo de terapia fonoaudiológica de usuários atendidos nos dois primeiros anos de implantação de um serviço público brasileiro de reabilitação. Verificar a associação entre o tempo de reabilitação e a idade, a escolaridade, o tipo do transtorno da comunicação, o tempo de doença neurológica e ter sido atendido por estagiário.
Métodos:
Análise retrospectiva de prontuários dos usuários que passaram pelo primeiro atendimento antes da implantação de regras institucionais que limitavam o tempo máximo de tratamento.
Resultados:
Foram atendidos 86 usuários, dos quais 66% possuíam afasia, 35% disartria e 26% apraxia de fala. A idade média foi de 59 anos e o acidente vascular cerebral foi a causa mais frequente (71%). Dos cinquenta que seguiram a reabilitação até a alta fonoaudiológica, o tempo médio de terapia foi de 12 meses. Ter afasia ou apraxia de fala foram variáveis associadas a um maior tempo de reabilitação. O tempo de lesão, os fatores sociodemográficos e ser atendido por estagiário não estiveram associados ao tempo de terapia.
Conclusão:
O tempo médio de terapia fonoaudiológica para os transtornos adquiridos da comunicação é longo e está associado ao tipo de transtorno apresentado.
Palavras-chave:
reabilitação; comunicação; fonoaudiologia; afasia; disartria