RESUMO
Médicos generalistas (MGs) normalmente não detectam comprometimento cognitivo em idosos. Falta de tempo para realizar a triagem de comprometimento cognitivo e pouco conhecimento sobre a forma de realizá-la podem ser as razões desta falha.
Objetivos:
Verificar a eficácia de instrumentos simples no rastreio de comprometimento cognitivo em idosos.
Métodos:
Em um estudo prévio, 248 pacientes com idade ≥65, que tinham sido assistidos por MGs em serviços ambulatoriais de um hospital universitário público em São Paulo, Brasil, foram avaliados. O Mini-Exame do Estado Mental e/ou o Questionário com Informante sobre Declínio Cognitivo em Idosos (Short-IQCODE) foram utilizados para classificar os pacientes em casos prováveis de cognição prejudicada ou não. Outros testes e questionários também foram aplicados, mas não foram usados para esta classificação. Depois de avaliação completa e reuniões de consenso, os casos foram classificados como demência, cognição alterada não demência e sem comprometimento cognitivo. Neste estudo avaliamos a sensibilidade e a especificidade do uso de dois instrumentos, o teste de fluência verbal (TFV) e o Questionário de Atividades Funcionais (QAF), se eles tivessem sido empregados como instrumentos de rastreio para toda a amostra.
Resultados:
O uso combinado do TFV e/ou do QAF mostrou sensibilidade de 88,3% e especificidade de 76,5% no rastreio de comprometimento cognitivo em toda a amostra.
Conclusões:
Dois instrumentos simples e de fácil aplicação mostraram alta sensibilidade e razoável especificidade e são provavelmente úteis para o rastreio de comprometimento cognitivo de idosos em ambulatórios.
Palavras-chave:
rastreio; demência; comprometimento cognitivo; questionário; atividade funcional; fluência verbal; médico generalista