RESUMO
A disfunção executiva pode resultar de envolvimento do circuito pré-frontal que ocorre em doenças neurodegenerativas e distúrbios psiquiátricos. Além disso, várias condições neuropsiquiátricas, podem apresentar sobreposição de sintomas comportamentais e cognitivos, tornando o diagnóstico diferencial um desafio, especialmente durante as fases iniciais. Neste sentido, a avaliação cognitiva pode contribuir para o diagnóstico diferencial, fornecendo um conjunto de medidas objetivas e quantificáveis com potencial para distinguir as condições clínicas percebidas em ambientes clínicos comuns como bastante similar.
Objetivo:
O objetivo deste estudo foi o de investigar a utilidade do Rastreio Frontal INECO (IFS) em diferenciar pacientes bv-FTD de pacientes com depressão maior.
Métodos:
Foram estudados 49 pacientes com diagnóstico de bv-FTD e 30 pacientes com diagnóstico de depressão unipolar, que foram comparados com um grupo controle de 26 controles saudáveis usando o IFS, o Mini Exame do Estado Mental (MMSE) e Exame Cognitivo de Addenbrooke-revisado (ACE-I).
Resultados:
Os grupos de pacientes diferiram significativamente no controle inibitório motor (U=437,0, p<0,01), memória de trabalho verbal (U=298,0, p<0,001), a memória de trabalho espacial (U=300,5, p<0,001), provérbios (U=341,5, p<0,001) e no controle inibitório verbal (U=316,0, p<0,001), com pacientes com bv-FTD tendo pontuação significativamente menor do que os pacientes com depressão.
Conclusão:
Nossos resultados sugerem que o IFS pode ser considerado uma ferramenta útil para detectar a disfunção executiva em depressão e pacientes bv-FTD e, talvez mais importante, que tem o potencial de ajudar na diferenciação dessas duas condições.
Palavras-chave:
demência frontotemporal; depressão; disfunção executiva