RESUMO
Evidências sugerem que a educação protége de demência pelo fortalecimento da reserva cognitiva. Todavia, pode ser influenciado por vários fatores socioeconômicos. O aumento no número de demência na Índia, altos índices de analfabetismo e heterogeneidade de fatores sociodemográficos fornecem uma oportunidade para explorar estas relações.
Objetivo:
Estudar a associação entre educação e idade no início da demência em relação aos fatores sociodemográficos.
Métodos:
A associação entre idade de início da demência e alfabetismo foi estudado em relação aos potenciais fatores confundidores, como gênero, bilinguismo, local de moradia, ocupação, fatores de risco vasculares, acidente vascular cerebral (AVC), história familiar de demência e subtipos de demência.
Resultados:
Arquivos de 648 pacientes com demência, diagnosticados numa clínica especializada no Hospital Universitário em Hyderabad, foram avaliados. Todos os pacientes foram prospectivamente incluídos num projeto de acompanhamento longitudinal cujo objetivo é avaliar indivíduos com demência através de estudo de detalhado de acompanhamento clínico, etiológico e de imagem. Dos 648 pacientes, 98 (15%) eram analfabetos. Mais da metade dos analfabetos estavam envolvidos em trabalhos manuais ao contrário dos alfabetizados, envolvidos em comércio ou escritórios. A idade média de início em analfabetos foi de 60,1 anos e entre alfabetizados 64,5 anos de idade (p=0,0002). Os fatores independentemente associados à idade de início da demência foram bilinguismo, AVC, moradia rural, mas não educação.
Conclusão:
Nosso estudo demonstra que na Índia, moradia rural, bilinguismo, AVC e ocupação modificam a relação entre educação e demência.
Palavras-chave
educação; demência; acidente vascular cerebral; bilinguismo; moradia rural