Acessibilidade / Reportar erro

VARIANTE COMPORTAMENTAL DA DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL OU VARIANTE FRONTAL DA DOENÇA DE ALZHEIMER? UM ESTUDO DE CASO

RESUMO

A doença de Alzheimer (DA) tem apresentações clínicas heterogêneas. Amnésia progressiva associada a demência é a forma mais comum, mas apresentações não-amnésticas são também reconhecidas. Relatamos um caso de variante frontal da DA. Um mulher destra, de 68 anos, consultou-se devido a transtornos comportamentais progressivos, com alterações de personalidade. Modificações de padrão alimentar, hiperoralidade, impulsividade, indiferença afetiva e apatia, com declínio funcional, foram corroboradas pela família. A avaliação cognitiva evidenciou grave disfunção executiva. A tomografia de emissão de pósitrons com flúordeoxiglicose revelou proeminente hipometabolismo em regiões frontotemporais, com relativa preservação de regiões parietais. A análise de biomarcadores de DA no líquido cefalorraquidiano mostrou redução de níveis de Aβ42, com aumento de níveis de Tau e P-Tau. A paciente preencheu critérios diagnósticos para demência frontotemporal (variante comportamental) provável. Contudo, considerando o perfil de biomarcadores em favor de fisiopatologia da DA, o diagnóstico de variante frontal de DA foi estabelecido. Na perspectiva de tratamentos modificadores da doença, é crucial identificar apresentações atípicas da DA, visto que esses pacientes podem ser candidatos a terapias específicas.

Palavras-chave:
doença de Alzheimer; demência frontotemporal; doença de Alzheimer atípica; biomarcadores

Academia Brasileira de Neurologia, Departamento de Neurologia Cognitiva e Envelhecimento R. Vergueiro, 1353 sl.1404 - Ed. Top Towers Offices, Torre Norte, São Paulo, SP, Brazil, CEP 04101-000, Tel.: +55 11 5084-9463 | +55 11 5083-3876 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revistadementia@abneuro.org.br | demneuropsy@uol.com.br