RESUMO.
Estudos dos efeitos da atividade física relataram melhora nos sintomas e na qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson (DP). Além disso, alterações morfológicas do cérebro após o exercício físico foram relatadas em modelos animais da DP. No entanto, essas mudanças relacionadas ao estilo de vida não foram avaliadas em tecido cerebral post-mortem.
Objetivo:
Avaliar a expressão de astrócitos, tirosina hidroxilase (TH) e a expressão de proteínas estruturais (neurofilamentos e microtúbulos — MAP2) por imuno-histoquímica, em amostras cerebrais post-mortem de indivíduos com corpos de Lewy.
Métodos:
Amostras com estágio de Braak para DP≥III, classificação neuropatológica, fornecidas pelo biobanco de estudos do envelhecimento foram classificadas em grupos ativos (n=12) e não ativos (n=12), de acordo com o estilo de vida (atividade física), e pareados por idade, sexo e estadiamento de Braak. Analisou-se a substância negra e gânglios da base.
Resultados:
Idade, sexo e classificação para DP foram semelhantes (p=1,00). Observou-se maior expressão de TH no grupo ativo (p=0,04). Amostras de não ativos revelaram maior expressão de astrócitos no mesencéfalo (p=0,03) e nos gânglios da base (p=0,0004); MAP2 nos gânglios da base (p=0,003); os níveis de neurofilamentos foram maiores na substância negra (p=0,006).
Conclusão:
O estilo de vida ativo parece promover efeitos positivos no cérebro, mantendo a síntese de dopamina e a expressão estrutural de proteínas no sistema nigrostriatal e com diminuição da ativação de astrócitos em indivíduos com a mesma classificação neuropatológica para a DP.
Palavras-chave:
estilo de vida; envelhecimento; corpos de Lewy; autópsia; doença de Parkinson; dopamina; astrócitos