RESUMO
Existem lacunas no conhecimento sobre como o cuidador familiar lida com o ônus de cuidar de idosos com demência.
Objetivo:
Avaliar a percepção de qualidade de vida (QV), sobrecarga, resiliência e religiosidade dos cuidadores familiares e relacioná-los com aspectos cognitivos e ocorrência de sintomas neuropsiquiátricos em idosos com demência.
Métodos:
Dados da escala de QV, versão dos cuidadores, entrevista de sobrecarga, escala de resiliência, inventário de depressão de Beck e PDUREL de 50 cuidadores familiares foram correlacionados com avaliação de incapacidade para demência, inventário neuropsiquiátrico e aspectos clínicos de 50 idosos com demência.
Resultados:
A regressão linear mostrou que a resiliência está relacionada a melhor percepção da QV (p<0,001), gravidade da demência (p=0,008), maior religiosidade intrínseca (p=0,044) e menor ocorrência de sintomas depressivos (p=0,001). O aumento da sobrecarga do cuidador familiar esteve relacionado à maior ocorrência de sintomas neuropsiquiátricos, escolaridade dos idosos com demência e pior percepção da QV (p<0,001). Nível inferior de religiosidade organizacional estava relacionado à gravidade da demência.
Conclusão:
O cuidador mais resiliente apresenta maior QV e IR, menos sintomas depressivos e cuida de idosos com graus mais severos de demência. Aspectos cognitivos, sociodemográficos e sintomas neuropsiquiátricos em idosos com demência estão relacionados à QV e maior sobrecarga do cuidador.
Palavras-chave:
cuidador familiar; demência; qualidade de vida; sobrecarga; religiosidade; resiliência