RESUMO.
Pacientes com demência frontotemporal (DFT) frequentemente se apresentam com graves distúrbios comportamentais e concomitante falta de insight. Os correlatos neurais subjacentes a estes distúrbios são em sua maioria atribuídos a disfunção do córtex pré-frontal, porém, ainda são pouco compreendidos.
Objetivos:
O presente estudo explora se uma escala de mensuração visual de ressonância magnética (RM) em combinação com a Escala Comportamental do Sistema Frontal podem ser usadas para identificar os correlatos pré-frontais de sintomas comportamentais na variante comportamental da DFT (cDFT) e na doença de Alzheimer (DA).
Métodos:
Quarenta e oito pacientes com diagnóstico clínico de cDFT e DA participaram do estudo. Seus perfis comportamentais foram avaliados usando a Escala Comportamental do Sistema Frontal (ECSF) e correlacionada a atrofia das sub-regiões no córtex pré-frontal utilizando uma escala de mensuração visual de 5 pontos na RM.
Resultados:
Os pacientes com cDFT mostraram uma maior incidência de distúrbios comportamentais do que os com DA, sendo a apatia o sintoma mais significativo. Os pacientes com cDFT também demonstraram uma maior incidência de atrofia no córtex orbito-frontal e esta atrofia correlacionou-se às características apáticas.
Conclusões:
O emprego de uma escala simples de mensuração visual de RM pode ser usada em combinação a um teste de rastreio comportamental para identificar de forma confiável os sintomas comportamentais na cDFT e DA. Estes achados informarão a acurácia diagnóstica dos correlatos neurais da disfunção comportamental na cDFT no futuro.
Palavras-chave:
sintomas comportamentais; apatia; ressonância magnética; variante comportamental da demência frontotemporal; doença de Alzheimer