RESUMO.
A fragilidade é definida como um estado reconhecível de vulnerabilidade aumentada resultante do declínio da função associado à idade em vários sistemas fisiológicos, de modo que a capacidade de lidar com estressores agudos ou cotidianos fica comprometida.
Objetivo:
Caracterizar uma amostra de pessoas idosas com comprometimento cognitivo, segundo o estado de fragilidade, avaliado de forma indireta por familiares, assim como outras variáveis clínicas e sociodemográficas; e avaliar a sobreposição das condições clínicas avaliadas nesta amostra com o comprometimento cognitivo.
Métodos:
Os dados foram extraídos do banco de dados de acompanhamento do estudo Fragilidade em Idosos Brasileiros (FIBRA - 2016-2017). A amostra foi composta por 130 idosos com comprometimento cognitivo avaliado pelo Mini-Exame do Estado Mental (MEEM). Foram descritos os escores da Escala Clínica de Demência (CDR), da Escala Cornell de Depressão em Demência e do Questionário de Atividades Funcionais. A fragilidade foi mensurada indiretamente por meio de questões respondidas junto aos familiares sobre os cinco critérios que compõem o fenótipo de fragilidade.
Resultados:
A amostra foi composta em sua maioria por mulheres idosas (n=91) com idade média de 82,4 (DP=5,3) anos, escolaridade média de 3,3 anos (DP=3,07), viúvas (47,7%) e que viviam com filhos e/ou netos (68%). Mais da metade apresentava multimorbidade (74,90%), 39,5% apresentavam sintomas depressivos sugestivos de depressão maior, 57% tinham funcionalidade prejudicada, 49,3% eram frágeis, 37,6% pré-frágeis e 13,10% robustos.
Conclusão:
Entre idosos com alterações cognitivas, é comum a co-ocorrência de fragilidade e de limitações funcionais.
Palavras-chave:
Cognição; Idoso; Fragilidade; Depressão; Estado Funcional