RESUMO
Estudos normativos de testes neuropsicológicos têm sido realizados no Brasil nos últimos anos. Entretanto, devido à heterogeneidade da educação da população brasileira, dados adicionais são necessários.
Objetivo:
O presente estudo fornece dados normativos de testes de funções executivas para brasileiros de meia-idade e investiga a influência da idade, sexo, educação e quociente de inteligência (QI) sobre o desempenho nestes testes.
Métodos:
Um total de 120 profissionais e cuidadores saudáveis de um hospital, selecionados aleatoriamente, foram submetidos aos testes de Fluência – animais e FAS – Teste de Trilhas (TT) e Teste do Desenho do Relógio (TDR). Foram divididos em seis grupos de 20, sendo dois por idade (45-54; 55-64) e três por anos de estudo (4-7; 8-11; 12+ anos).
Resultados:
Dados normativos são apresentados em médias e percentis. A educação influenciou as diferenças nos testes, exceto no TDR. Análises post-hoc evidenciaram diferenças entre os três níveis educacionais em TT e FAS. Surgiram diferenças por idade no TT e Fluência – letra F. Foi encontrada correlação moderada entre escolaridade e resultados do TT e Fluência. As correlações para QI foram semelhantes.
Conclusão:
O estudo fornece dados normativos para brasileiros de meia-idade, com quatro ou mais anos de escolaridade, em testes cognitivos frequentemente utilizados para avaliação de funções executivas. Os resultados confirmam a forte influência da educação, mesmo na comparação entre os níveis médio e superior.
Palavras-chave:
testes neuropsicológicos; educação; Brasil; normas; meia-idade