RESUMO
Objetivo:
Determinar a discrepância na morfologia coroa-raiz de dentes anteriores, utilizando tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), e fornecer parâmetros para a expressão apropriada do torque.
Método:
No total, 200 tomografias elegíveis foram importadas para o software Invivo 5.4 para obtenção das secções médias vestibulolinguais dos dentes anteriores. Osoftware AutoCAD 2007 foi usado para medir a angulação coroa-raiz (ângulo Collum) e o ângulo formado por uma tangente ao centro da superfície vestibular da coroa e o longo eixo da coroa (ângulo da superfície vestibular). O software SPSS 18.0 foi utilizado para as comparações estatísticas das duas medições, com nível de significância de p< 0,05, e a análise de correlação de Pearson foi aplicada para investigar a associação entre as duas medições.
Resultados:
O valor do ângulo Collum do incisivo central superior foi próximo a 0°. Foram detectados valores significativamente negativos para o ângulo Collum nos incisivos laterais e caninos superiores, mas valores positivos nos caninos inferiores (p< 0,001). O ângulo da superfície vestibular no canino foi significativamente maior do que nos incisivos intra-arcada (p< 0,001), e nenhuma diferença significativa foi detectada entre incisivos centrais e laterais (p> 0,05). Também foi observada uma correlação positiva significativa entre as duas medições.
Conclusões:
As angulações coroa-raiz foram muito diferentes entre os dentes anteriores. Os caninos superiores e inferiores apresentaram considerável curvatura na superfície vestibular, associada a uma evidente angulação coroa-raiz. Consequentemente, desvios durante a colagem de braquetes podem desencadear maior erro na expressão de torque e aumentar o risco de fenestração alveolar e deiscência, sendo necessária uma avaliação antes da colagem.
Palavras-chave:
Dentes anteriores; Morfologia coroa-raiz; Ângulo collum; Ângulo da superfície vestibular; Tomografia computadorizada de feixe cônico