RESUMO
Introdução:
A protração maxilar com ancoragem esquelética intrabucal (I-SAMP) tem sido considerada um tratamento efetivo para a má oclusão esquelética de Classe III.
Objetivo:
O presente estudo in silico avaliou, usando análise de elementos finitos, a influência de diferentes direções da força dos elásticos Classe III com ancoragem esquelética intrabucal nas mudanças no complexo craniomaxilofacial.
Métodos:
Um modelo de elementos finitos tridimensional (3D) dos ossos craniomaxilofaciais, incluindo as suturas circum-maxilares, foi construído, com alta semelhança biológica. Uma montagem 3D de quatro miniplacas foi projetada e fixada na maxila e na mandíbula do modelo de elementos finitos. O modelo foi aplicado com o uso de 250g/força nas miniplacas em três angulações (10°, 20° e 30°) em relação ao plano oclusal, para medir as tensões e os deslocamentos, usando o programa ANSYS.
Resultados:
As suturas zigomaticotemporal, zigomaticomaxilar e esfenozigomática desempenharam um papel significativo no deslocamento para anterior e na rotação anti-horária da maxila e do zigoma, independentemente da angulação na aplicação da força. Os deslocamentos e as rotações do complexo zigomático-maxilar diminuíram gradualmente com o aumento de 10° para 30° no ângulo de aplicação da força entre as miniplacas. A mandíbula apresentou deslocamento irrelevante, com rotação no sentido horário.
Conclusões:
Os efeitos do tratamento com I-SAMP foram corroborados, com um vislumbre dos padrões de deslocamento e das suturas envolvidas, que não existiam nos estudos com imagens 2D e 3D realizados anteriormente. A angulação dos elásticos Classe III ancorados esqueleticamente deve ser a menor possível, visto que o deslocamento do complexo zigomático-maxilar aumenta com a redução no ângulo dos elásticos.
Palavras-chave:
Análise de elementos finitos; Tratamento de Classe III esquelética; Miniplaca