Introdução:
as fissuras de lábio e palato são malformações de alta prevalência na população. Nas fissuras que envolvem o rebordo alveolar, o incisivo lateral superior mostra variações de número, forma, tamanho e posição, o que o torna objeto de estudo, na tentativa de elucidar sua origem embrionária para compreender a etiologia dessas alterações.
Contextualização:
existia a hipótese de que a fissura orofacial seria capaz de segmentar o botão embrionário do incisivo lateral. No entanto, estudos recentes evidenciaram que o incisivo lateral superior possui dupla origem embrionária, sendo formado parcialmente pelo processo nasal medial e pelo processo maxilar. Em outras palavras, a metade mesial do incisivo lateral provém do processo nasal medial, enquanto a metade distal do incisivo lateral origina-se do processo maxilar. No paciente com fissura, não há fusão desses processos, o que resulta nos diferentes padrões numéricos e posicionais do incisivo lateral em relação à fissura. Além dessas considerações, propõe-se também uma nomenclatura para o incisivo lateral em pacientes com fissura labiopalatina, com embasamento na Embriologia, considerando-se sua posição em relação à fissura alveolar.
Conclusão:
o conhecimento embriológico da dupla origem do incisivo lateral superior e o emprego de uma nomenclatura adequada para as suas variações numéricas e posicionais facilita a comunicação entre profissionais, o planejamento dos casos e possibilita a realização de estudos clínicos comparativos.
Embriologia; Fenda labial; Fissura palatina; Incisivo