RESUMO
Objetivo:
O presente estudo teve como objetivo investigar a relação entre a inclinação dentária e as dimensões ósseas e gengivais em dentes anteriores superiores.
Métodos:
Esse estudo transversal incluiu imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) de 160 dentes anteriores superiores divididos em três grupos (incisivo central, incisivo lateral e canino). Todos os pacientes tinham 18 anos ou mais, não tinham tratamento ortodôntico prévio nem história clínica que pudesse afetar as dimensões ósseas ou gengivais. A inclinação dentária, a espessura do osso e da gengiva e as distâncias da junção cemento-esmalte à crista óssea alveolar e à margem gengival foram medidas na face vestibular. As correlações foram analisadas por meio dos testes de Pearson e de correlação parcial (p≤0,05).
Resultados:
Nos incisivos centrais, a inclinação dentária foi positiva e significativamente relacionada à espessura do osso apical (R = 0,34, p= 0,001). Nos caninos, a inclinação dentária foi negativa e significativamente relacionada à espessura do osso cervical (R = - 0,34, p= 0,01) e positivamente associada à espessura do osso apical (R = 0,36, p= 0,01) e à distância entre a margem gengival e a junção cemento-esmalte (R = 0,31, p= 0,03). Nos incisivos laterais, a inclinação do dente não foi associada às dimensões do osso ou da gengiva.
Conclusões:
Nos incisivos centrais, quanto maior a inclinação vestibular do dente, maior a espessura do osso apical. Nos caninos, quanto maior a inclinação vestibular do dente, menor a espessura do osso cervical, maior a espessura do osso apical e maior a margem gengival. As dimensões ósseas e gengivais devem ser avaliadas ao se planejar o tratamento ortodôntico envolvendo a movimentação vestibular dos incisivos centrais e caninos.
Palavras-chave:
Processo alveolar; Gengiva; Periodontia; Ortodontia; Tomografia