RESUMO
Introdução:
Embora os braquetes autoligados presumivelmente proporcionem melhores condições de higiene, nenhum consenso foi alcançado até o momento.
Objetivo:
O objetivo do presente estudo foi avaliar, em um delineamento experimental in vitro, a aderência de Streptococcus mutans em braquetes autoligados e convencionais de diferentes fabricantes e tipos de ligaduras.
Métodos:
Quatro marcas comerciais de braquetes metálicos de pré-molares superiores foram testadas (Abzil®; Morelli®; 3M Unitek®; e GAC®). Cada marca foi subdividida em três grupos, que variaram de acordo com o tipo de ligadura e o modelo do braquete (metálico, elástico e autoligado), totalizando doze grupos, compostos por seis braquetes cada. Os braquetes previamente esterilizados foram, inicialmente, imersos em saliva por uma hora, sendo posteriormente lavados e adicionados em uma suspensão bacteriana, mantida em aerobiose por 72 horas. As bactérias aderidas foram, então, separadas e quantificadas por contagem de unidades formadoras de colônias (UFC/mL) após 48 horas de crescimento. Os grupos foram comparados pelos testes post-hoc de Kruskal-Wallis e Dunn (p< 0,05).
Resultados:
Independentemente da marca comercial, os braquetes autoligados apresentaram significativamente menos UFC/mL. Porém, de acordo com as comparações realizadas dentro de cada marca comercial, apenas os modelos autoligados Abzil® apresentaram adesão de biofilme significativamente menor. Entre todos os modelos autoligados, os braquetes GAC® apresentaram a maior taxa de adesão bacteriana.
Conclusões:
Os braquetes autoligados provavelmente apresentam menores taxas de adesão do biofilme. Particularmente, os braquetes autoligados Abzil® e GAC® têm menor probabilidade de acumular biofilme. Embora tais resultados sejam derivados de um estudo in vitro, os clínicos podem reconhecer os achados relativos à adesão bacteriana como uma das características relevantes a serem consideradas durante a seleção dos braquetes.
Palavras-chave:
Braquetes ortodônticos; Biofilme; Técnicas in vitro