INTRODUÇÃO: a superfície do côndilo da mandíbula é constituída por quatro camadas: uma externa (constituída de tecido conjuntivo denso), seguida pela camada de células indiferenciadas, cartilagem hialina e osso. Poucos estudos demonstraram o comportamento da cartilagem condilar quando a mandíbula é posicionada posteriormente, como na terapia para correção de Classe III funcional. OBJETIVO: o objetivo desse trabalho foi avaliar os aspectos morfológicos e histológicos do côndilo de ratos, em resposta ao posicionamento posterior da mandíbula. MÉTODOS: foram selecionados 30 ratos Wistar, machos, com cinco semanas de vida, aleatoriamente divididos em dois grupos: grupo controle (GC) e grupo experimental (GE), que recebeu dispositivos para induzir a retrusão mandibular. Os animais foram sacrificados após 7, 21 e 30 dias de experimento. Para a análise histológica, foi realizada a mensuração da espessura condilar total, incluindo as camadas proliferativa, seriada e hipertrófica, assim como cada camada separadamente, totalizando 30 medições para cada parâmetro, de cada animal. RESULTADOS: a maior diferença na espessura da cartilagem foi observada em 21 dias, apesar de serem verificados níveis diferentes nos demais períodos. Em GE, foi possível observar um aumento de 39,46% na camada total, representado pelo aumento na espessura das camadas hipertrófica (42,24%), seriada (46,92%) e proliferativa (17,70%). CONCLUSÕES: o reposicionamento posterior da mandíbula produziu uma série de respostas histológicas e morfológicas no côndilo, e sugerem a ocorrência de uma adaptação condilar e mandibular em ratos.
Cartilagem articular; Má oclusão Classe III de Angle; Côndilo mandibular