RESUMO
Objetivo:
O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto das contenções ortodônticas na qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) em curto e longo prazos após o tratamento ortodôntico.
Métodos:
Foram analisados dados de 45 pacientes até três anos após o tratamento ortodôntico (T0). Os pacientes foram reavaliados quatro anos (T1) após T0. A QVRSB foi mensurada usando o questionário OHIP-14 (Oral Health Impact Profile-14). A presença da contenção fixa nas arcadas superior e/ou inferior, o sexo e a idade foram as variáveis preditoras em T0 e T1. A ocorrência de quebra da contenção em T0 foi avaliada clinicamente. Em razão da pandemia da COVID-19, não foi possível o exame clínico em T1; assim, a autopercepção das alterações na posição dos dentes e a quebra ou descolagem das contenções foram registradas por meio de um questionário online.
Resultados:
No exame inicial, a presença da contenção superior apresentou um impacto negativo na qualidade de vida (p=0,018). Em T1, o valor de OHIP-14 aumentou significativamente em comparação a T0 (p=0,014), independentemente da presença das contenções. A quebra ou descolagem da contenção relatada pelo paciente foi a única variável que apresentou um impacto negativo na QVRSB (p=0,05).
Conclusão:
O uso de contenção fixa superior sugere um impacto inicial negativo na qualidade de vida do paciente após o fim do tratamento ortodôntico. Esse impacto, entretanto, é insignificante em longo prazo, exceto quando associado à descolagem ou quebra das contenções ortodônticas. Esse estudo enfatiza a necessidade de acompanhamento contínuo das contenções fixas após a finalização do tratamento ortodôntico.
Palavras-chave:
Contenções ortodônticas; Qualidade de vida; Ortodontia