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Ficções do despojo. Precariedade e memória na escrita de Nélida Piñon e Ana Teresa Torres

RESUMO

Neste trabalho, analiso as formas exploradas pelas escritoras Nélida Piñon e Ana Teresa Torres para textualizar a memória em seus livros A república dos sonhos (1984) e La escribana del viento (2013), respectivamente. Recorrerei aos ensaios de Piñon, porquanto ela insiste na astúcia da linguagem feminina para se posicionar e conseguir entronar-se como narradora. Tomarei como base o pensamento de Ana Teresa Torres ao enunciar que a escrita contemporânea se configura como “ficções do despojo”. Na relação entre a memória e o despojo, surgem algumas noções como a ideia de “resto” e a ideia de “lixo”. Para compreendê-las, preciso me valer do pensamento de Benjamin e de Aleida Assmann, além de outros pensadores - Levinas, Gagnebin - que matizam os limites entre memória e história. Esse percurso me permite afirmar que a ruína é uma ideia central nas “ficções do despojo”, porquanto essas ficções se posicionam no presente, mas fazendo palpáveis as ruínas do passado, ao tempo que deixam como herança a precariedade.

PALAVRAS-CHAVE:
Gestos; Memória; Narrativa contemporânea; Precariedade; Midialidade

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