Este artigo analisa um dos aspectos menos enfatizados nas interpretações correntes sobre a obra de Euclides da Cunha: sua filiação às tendências estéticas e à concepção de mundo do Romantismo, muito marcante na literatura e cultura brasileiras da segunda metade do século XIX. Na busca dessas raízes, recupera-se, de modo sumário, o roteiro de uma poética das ruínas e seu vínculo estreito com a própria visão da História em Euclides, cujas figurações remontam a Volney, no fim do século XVIII, e a V. Hugo, mais proximamente ao autor de Os sertões. Tais afinidades são indicadas em textos menos estudados de Euclides, entre os quais "Poema rude", escrito em 1895, em Campanha, Minas Gerais, e não-incluído em sua Obrei completa.