Atido ao problema do estilo literário, o ensaio procura investigar a disposição dramática que, na obra de Graciliano Ramos, enforma os romances e se adensa nas memórias. Após haver forjado a sua técnica pessoal nas narrativas de 30, superando as vertentes opostas do período (materialista e espiritualista) num realismo dialético, o escritor derivou para a autobiografia a fim de não dissipar o jogo das tensões. A leitura percorre, logo, os caminhos de tal arranjo estilístico, com vistas a pesquisar a unidade do olhar ambíguo na variação de formas, seguindo a hipótese de que se a perspectiva dramática do autor já não cabia, por força das pressões históricas, no romance dos anos 40, reconcentrou-se nas memórias.
Graciliano Ramos; Romance; Memória; Estilo dramático