Este trabalho tem por objeto analisar as relações entre a Igreja católica e o Estado socialista cubano ao longo dos anos que se seguiram à Revolução. Para isso, estabelecemos uma cronologia dessas relações que contempla os atritos e conflitos, assim como os diálogos que foram se desenvolvendo. Desde a expulsão de um bispo e sua deportação para a Espanha junto com sua diocese, após a Procissão da Virgem da Caridade do Cobre que acabou em marcha contra a revolução, em Havana, em 1961, até a visita do papa João Paulo II, em 1998, passando pelas conciliações e reestruturações da Igreja católica na Ilha. A todo momento, como pano de fundo, leva-se em consideração o dilema entre "revolução ou catolicismo" instaurado em 1959. O trabalho traça, dessa forma, o longo caminho que vai do desencontro até o clima de liberdade religiosa atual e o diálogo conciliatório entre Estado e Igreja em Cuba.
Igreja católica; Religião; Estado socialista; Crenças; Estado laico