O objetivo, neste trabalho, foi estimar o impacto de cenários de temperaturas elevadas no desenvolvimento foliar da cultura da batata, em Santa Maria-RS, Brasil. A emissão de folhas da cultura da batata foi estimada por um modelo multiplicativo com função de reposta não linear à temperatura que calcula a taxa diária de aparecimento de folhas (TAF, folhas dia-1) e o número acumulado de folhas (NF) a partir da data de emergência da cultura até o surgimento da última folha. A emissão de folhas foi estimada em 100 anos de cada um dos cenários climáticos: clima atual, +1 °C, +2 °C, +3 °C, +4 °C e +5 °C. O modelo da TAF foi estimado com coeficientes da cultivar Asterix, em cinco datas de emergência e em duas estações de cultivo (Outono e Primavera). A variável de interesse foi duração (em dias) da fase de emergência das plântulas até o aparecimento da folha final (EM-FF). A análise estatística constou de um experimento trifatorial, com os fatores principais sendo cenários climáticos, estações de cultivo e datas de emergência no delineamento inteiramente casualizado, com anos (cem anos) como repetições. Observou-se que cenários mais quentes levam a um aumento, no cultivo de outono, e a uma diminuição, no cultivo de primavera, da duração da fase de emissão de folhas, indicando grande vulnerabilidade e complexidade da resposta da batata cultivada em ambiente Subtropical à mudança climática.
Solanum tuberosum; aquecimento global; emissão de folhas; culturas agrícolas; segurança alimentar